O ANDREA DORIA: O DESAFIO SUPREMO DO MERGULHO SUBAQUÁTICO

Por Luiz Cláudio S Ferreira (Portal Brasil Mergulho, em 23 Abril 2025)

 

Introdução: O Marco do Mergulho Técnico

No universo do mergulho técnico, poucos destinos carregam a aura de respeito, mística e desafio do Andrea Doria. Este transatlântico italiano, que naufragou em 1956 após uma colisão com o navio sueco Stockholm, repousa nas águas geladas e agitadas do Atlântico Norte [Fig. 01], a aproximadamente 70 metros de profundidade, próximo à costa de Montauk Point, Nova York [Fig. 01].

Fig. 01

A reputação de ser o “Monte Everest dos Naufrágios” foi popularizada pelo mergulhador americano Peter Gimbel e tornou-se sinônimo de superação extrema no mundo subaquático. O Andrea Doria representa mais do que um local de mergulho; é um símbolo de realização para aqueles que ousam enfrentar seus desafios técnicos, psicológicos e físicos, exigindo uma combinação ímpar de preparo, habilidade e respeito pela história e pela complexidade do local.

A jornada do Time Brasil até o Andrea Doria transcende o simples ato de explorar um destroço submerso; ela incorpora anos de dedicação, treinamento e resiliência. Uma expedição de três dias ao local, alinhada ao marco simbólico do 60º aniversário do naufrágio, não apenas representa o ápice de intensos treinamentos técnicos, psicológicos e físicos, mas também coloca à prova a capacidade de cada mergulhador de operar em um ambiente extremo, onde cada detalhe faz a diferença entre o sucesso e o fracasso. A dificuldade de enfrentar as águas turvas e a forte correnteza, aliada ao risco inerente de mergulhar em profundidades além do recreacional, transforma o Andrea Doria em um verdadeiro teste de coragem e determinação.

Explorar o Andrea Doria é muito mais do que alcançar um local famoso; é vivenciar uma experiência que redefine os limites pessoais e profissionais. Esse naufrágio, com suas estruturas em decomposição e o fascínio que o cerca, permanece como um dos maiores ícones do mergulho técnico global, atraindo apenas aqueles dispostos a enfrentar seus próprios limites em busca de algo verdadeiramente extraordinário.

O Naufrágio e Sua Relevância Histórica

O Andrea Doria foi construído nos estaleiros Ansaldo de Gênova, um dos mais tradicionais e respeitados complexos industriais da Itália, responsável por diversos projetos navais e industriais de grande porte desde o final do século XIX. O navio foi encomendado pela Società di Navigazione Italia, mais conhecida como Italian Line, com o propósito de restabelecer a presença italiana nas rotas transatlânticas de passageiros após as perdas sofridas na Segunda Guerra Mundial. Lançado ao mar em junho de 1951, o Andrea Doria possuía 212 metros de comprimento e um deslocamento de aproximadamente 29 mil toneladas, sendo projetado com foc

 

o na segurança e no conforto, destacando-se por sua arquitetura naval moderna, tecnologia avançada para a época e luxo a bordo. Os estaleiros Ansaldo aplicaram no projeto soluções inovadoras, como sistemas de compartimentação estanque e equipamentos de navegação de última geração, o que, ironicamente, não impediu seu destino trágico.

Em 25 de julho de 1956, navegando a cerca de 80 km da costa de Nantucket, nos Estados Unidos, o Andrea Doria colidiu com o cargueiro sueco MS Stockholm, em um episódio marcado por erro de navegação e condições de visibilidade prejudicadas pela neblina. O naufrágio consagrou o navio não apenas como ícone da engenharia naval italiana, mas também como um dos naufrágios mais emblemáticos do século XX, sendo até hoje um dos sítios de mergulho técnico mais desafiadores e lendários do mundo, conhecido por suas condições extremas de correnteza, baixa visibilidade e instabilidade estrutural do casco [Fig. 02]. Entre os 1.706 passageiros e tripulantes a bordo, 46 perderam a vida, consolidando a tragédia como um marco sombrio das grandes travessias transatlânticas.

Fig. 02

O Stockholm, um navio quebra-gelo sueco construído para navegar em condições severas, sofreu danos significativos na proa, mas conseguiu permanecer à tona e resgatar sobreviventes do Andrea Doria [Fig. 03]. A investigação apontou falhas de navegação e comunicação entre as tripulações de ambos os navios como fatores determinantes para o desastre. Apesar de ser uma embarcação menor, a estrutura reforçada do Stockholm, projetada para enfrentar o gelo, contribuiu para sua capacidade de resistir ao impacto, enquanto o Andrea Doria sofreu avarias fatais que o levaram ao fundo do Atlântico [Fig. 04].

Fig. 03

Fig. 04

Embora muitos tenham sido resgatados com sucesso, o evento destacou as vulnerabilidades tecnológicas e operacionais da época, marcando um ponto de inflexão na segurança marítima.

O Andrea Doria é um dos destinos mais icônicos e desafiadores para mergulhadores técnicos de todo o mundo. Sua reputação não se limita à tragédia que marcou sua história, sendo amplificada pelas condições extremas que o naufrágio impõe a quem o explora. Desde o naufrágio, cerca de 15 mergulhadores perderam a vida em expedições ao navio. Entre essas perdas, destaca-se a morte de Steven Slater em 2017, um mergulhador experiente que sucumbiu às condições traiçoeiras do local. Esse trágico episódio reforça a reputação do Andrea Doria como um destino que exige não apenas habilidade técnica excepcional, mas também um respeito profundo pelos perigos que o acompanham.

A deterioração contínua do Andrea Doria adiciona uma camada de complexidade e imprevisibilidade a cada expedição [Fig. 05]. As forças implacáveis do oceano corroeram suas estruturas ao longo das décadas, tornando suas passagens internas instáveis e perigosas. Áreas outrora acessíveis agora apresentam riscos significativos de colapso, exigindo planejamento minucioso e uma abordagem conservadora por parte dos mergulhadores. Essa degradação constante transforma cada visita ao naufrágio em uma corrida contra o tempo, no qual documentar e preservar sua história se torna tão valioso quanto a própria exploração.

Fig. 05

A Jornada de Preparação do Time Brasil

A preparação para a expedição do Time Brasil ao Andrea Doria exigiu 2 anos de planejamento detalhado e dedicação de três mergulhadores: eu, do Rio de Janeiro, Marco Cavalieri e Marcelo Salgado, ambos de Juiz de Fora. A distância geográfica entre nós e as diferentes agendas profissionais foram desafios que enfrentamos com um treinamento que, embora descentralizado em alguns momentos, foi predominantemente conduzido de forma integrada, com um calendário comum que nos permitiu mergulhar juntos em cerca de 70% das vezes. Esses treinamentos ocorreram em locais distintos do Brasil, buscando imersões em naufrágios técnicos nacionais que apresentavam profundidades e desafios semelhantes aos do objetivo final. Entre os principais locais de treinamento no território nacional estiveram o CT Paraíba [Fig. 06], no Rio de Janeiro, o Victory 8B, em Guarapari, a Corveta Camaquã, em Recife, e o rebocador de nome “desconhecido”, localizado atrás da Ilha dos Porcos, em Arraial do Cabo.

Fig. 06

Quando não era possível sincronizar as atividades, cada membro adaptava suas práticas às próprias condições, garantindo que os objetivos coletivos fossem mantidos e que a coesão da equipe permanecesse sólida ao longo da preparação. Ao longo de dois anos, Marco e Marcelo realizaram 78 mergulhos técnicos, dos quais 57 foram em profundidades superiores a 50 metros, enquanto eu, valendo-me de maior facilidade de acesso a mergulhos, pela proximidade com o mar, completei 81 mergulhos técnicos, sendo 63 além dessa profundidade. Essa abordagem dinâmica garantiu uma preparação personalizada, mantendo os objetivos coletivos.

A seleção do trimix 17/40 para os mergulhos no Andrea Doria foi fundamentada em cálculos que equilibram segurança e eficiência fisiológica [Fig. 07]. A concentração de oxigênio (17%) foi ajustada para manter uma pressão parcial de oxigênio (PPO₂) de aproximadamente 1,4 ATM a 65 metros, garantindo oxigenação suficiente para o cérebro sem ultrapassar o limite de toxicidade do sistema nervoso central (CNS), que aumenta acima de 1,6 ATM. O hélio, representando 40% da mistura, reduz a densidade do gás, minimizando o trabalho respiratório e os riscos de hipercapnia em profundidades elevadas, enquanto sua baixa solubilidade em tecidos reduz a formação de bolhas inertes durante a descompressão. O nitrogênio, limitado a 43%, foi calculado para mitigar a narcose, mantendo efeitos manejáveis para a função cognitiva, sem comprometer a estabilidade da mistura.

Fig. 07

Essa configuração foi considerada ideal por nós, para esta empreitada, porque concentrações mais altas de oxigênio aumentariam o risco de toxicidade em profundidade, enquanto misturas com menos oxigênio (como 10/20) reduziriam a eficiência metabólica e dificultariam a PPO₂ ideal. Além disso, o hélio a 40% balanceia custo e eficácia; misturas com mais hélio, como 20/50, seriam desnecessariamente caras, sem ganhos proporcionais de segurança. A escolha do trimix 17/40 garantiu desempenho otimizado para as condições extremas do naufrágio, aliando controle de gases, esforço respiratório e minimização de riscos fisiológicos.

Para as fases de descompressão, utilizamos gases específicos. O nitrox 32% foi empregado nas paradas iniciais, devido à sua maior pressão parcial de oxigênio, que acelera a eliminação de gases inertes sem exceder os limites de toxicidade. Nas paradas finais, High Oxygen Mix (80%) foi utilizado a partir de 6 metros, reduzindo drasticamente os tempos de descompressão ao aumentar a eficiência da difusão de nitrogênio residual para fora dos tecidos. A escolha desses gases foi respaldada por cálculos baseados em modelos de saturação e dessaturação tecidual RGBM, utilizando Gradientes Fatoriais (GF) otimizados para reduzir o risco de Doença Descompressiva (DCS). Nossos GF iniciais e finais foram definidos como 30/75, promovendo um equilíbrio entre tempos de descompressão aceitáveis e a segurança fisiológica.

Os equipamentos utilizados nos treinamentos foram cuidadosamente configurados para atender às exigências do objetivo final da expedição, garantindo segurança e eficiência em todas as etapas. Foram empregados cilindros duplos de aço de 15 litros, equipados com manifold isolável, que asseguraram redundância e estabilidade no fornecimento de gás, enquanto os cilindros stage de alumínio S80 foram destinados exclusivamente aos gases descompressivos. Reguladores independentes foram alocados para cada mistura, minimizando os riscos de contaminação ou erros na seleção de gases. Lanternas de alto rendimento e strobos desempenharam um papel crucial na navegação em ambientes de visibilidade reduzida, auxiliando na orientação e na segurança das operações. Durante os treinamentos, a equipe também utilizou roupas secas em conjunto com undergarments térmicos, não apenas como preparação técnica para as temperaturas extremas dos mergulhos-alvo, mas para se familiarizar com a configuração e as particularidades do traje.

A preparação física e psicológica foi igualmente criteriosa. Incorporamos exercícios cardiovasculares e de fortalecimento muscular, focados em desenvolver resistência às correntes marítimas, capacidade de transportar equipamentos pesados e tolerância ao esforço prolongado durante as paradas de descompressão. Paralelamente, simulamos cenários de falhas de equipamentos, perda de visibilidade e situações de estresse elevado para fortalecer nossa resiliência emocional e habilidade de tomada de decisão sob pressão. Essas simulações incluíram exercícios como troca de gases em ambientes escuros e procedimentos de emergência para perda de dupla ou falha em reguladores.

Uma parte essencial do treinamento envolveu mergulhos realizados nos Estados Unidos no ano anterior à viagem alvo. Esses mergulhos foram realizados em naufrágios como o Stolt Degali [Fig. 08] e o SS Lilian, conhecidos por suas condições adversas, incluindo correntes intensas, visibilidade reduzida a menos de três metros e temperaturas de 5°C. Essas condições eram semelhantes às esperadas no Andrea Doria, permitindo a verificação das configurações de gases e equipamentos. Além disso, essas imersões fortaleceram nossa adaptação fisiológica a ambientes muito frios e de alta pressão, reduzindo os efeitos adversos comuns em mergulhos profundos.

Fig. 08

Uma curiosidade sobre as operações de mergulho técnico nos Estados Unidos está na logística avançada, que inclui a possibilidade de entrega de gases de mergulho diretamente nas marinas por caminhões especializados, conhecidos como delivery trucks [Fig. 09]. Esses caminhões são equipados para transportar grandes volumes de gases, como trimix e oxigênio, permitindo o reabastecimento eficiente e seguro durante expedições de longa duração. Essa estrutura logística, além de otimizar as operações, reflete o alto grau de profissionalismo e suporte oferecido aos mergulhadores técnicos nos EUA.

Fig. 09

Ao longo dos dois anos de treinamento, enfrentamos inúmeras contingências que testaram nossa capacidade técnica e trabalho em equipe. Durante um mergulho em Arraial do Cabo, buscando um rebocador de nome desconhecido a 60 metros, um computador de mergulho falhou, exigindo a adaptação imediata ao uso de slates e computadores de redundância para gerenciar a descompressão. Em outra ocasião, enfrentamos redes de pesca que embaraçaram nossos equipamentos, exigindo procedimentos rápidos de liberação para evitar acidentes.

O incidente mais crítico ocorreu comigo ao sofrer um trauma mecânico provocado pelo movimento abrupto da popa de uma embarcação, que resultou em uma colisão involuntária com o fundo do barco. O impacto resultou em uma breve perda de consciência, levando à separação não planejada do grupo e à descida até o fundo, por volta dos 55 metros, nas adjacências da Corveta Camaquã. Felizmente, recuperei a consciência ainda com o regulador na boca, o que possibilitou realizar a descompressão à deriva e ser resgatado com sucesso, evidenciando a eficácia dos treinamentos de contingência.

As interações com especialistas renomados desempenharam um papel crucial na preparação para a expedição. Marcelo e Marco tiveram a oportunidade de conhecer e aprender diretamente com John Chatterton, uma das maiores referências mundiais em mergulho técnico e exploração de naufrágios, conhecido por seu papel em projetos icônicos de investigação subaquática. Já o time completo teve a oportunidade de interagir com o Capitão Dan Crowell, operador de embarcações especializadas e experiente explorador de naufrágios, que compartilhou valiosos conhecimentos sobre logística, estratégias de fundeio em condições adversas e navegação em naufrágios de alta complexidade [Fig. 10]. O Capitão Sharky, que lidera expedições técnicas no Atlântico Norte, também contribuiu com orientações práticas sobre segurança operacional em águas profundas, destacando procedimentos de emergência e gerenciamento de riscos em situações críticas. Essas trocas de conhecimento, enriquecidas pela experiência prática de cada especialista, foram fundamentais para aprimorar as habilidades da equipe, consolidar a confiança mútua e transformar a preparação em uma jornada abrangente de aprendizado físico, técnico e estratégico.

Fig. 10

A Expedição Alvo: Logística e Execução

A expedição para o 60º aniversário do naufrágio do Andrea Doria representou o ápice de dois anos de preparação rigorosa e detalhada. Partindo do Brasil com destino a Nova York, a equipe tinha como objetivo não apenas explorar o lendário naufrágio, mas também superar seus próprios limites pessoais e profissionais. A jornada iniciou-se no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, carregada de motivação e uma certa atmosfera de ansiedade, alimentada pelas histórias trágicas que cercam o Andrea Doria. Contudo, a tensão foi completamente superada após a chegada em Nova York, com a equipe optando por uma estadia em um hotel próximo ao Aeroporto JFK, garantindo um momento de descanso e preparação para os desafios que ainda estavam por vir.

Na manhã seguinte, o Capitão Sharky conduziu o grupo até a marina de Montauk, localizada a 200 quilômetros ao norte de Nova York, onde se iniciaria a parte logística da expedição [Fig. 11]. A primeira tarefa foi inspecionar e preparar os cilindros que seriam utilizados nos mergulhos no Andrea Doria. Diferentemente do que ocorre em algumas operações comerciais, em que os equipamentos são fornecidos pela empresa organizadora, cada membro do Time Brasil levou seus próprios equipamentos e cilindros. Para a missão, foram transportadas nove duplas de cilindros de aço de 15 litros, abastecidos com trimix 17/40, e 18 cilindros stage S80, contendo misturas descompressivas de nitrox 32% e oxigênio 80%. Esse processo foi fundamental para garantir a familiaridade e confiança no material que seria utilizado durante os mergulhos técnicos.

Fig. 11

Antes de seguir para o Ol’ Salty II, a equipe analisou os gases dos cilindros, uma etapa crítica para confirmar as concentrações corretas de oxigênio, nitrogênio e hélio, e evitar qualquer risco relacionado a misturas inadequadas. Durante esta etapa, foi necessário organizar e transportar os cilindros até o barco, uma tarefa que exigiu esforço físico considerável devido à quantidade e ao peso dos equipamentos. Esse trabalho em equipe reforçou a coesão do grupo, já testada ao longo dos dois anos de treinamento.

O Ol’ Salty II, uma embarcação de pesca de atum adaptada para operações de mergulho técnico, revelou-se uma plataforma robusta e funcional [Fig. 12]. O barco, de 55 pés, oferecia um deck de popa espaçoso para a montagem e organização dos equipamentos, além de uma escada em formato de espinha de peixe, que facilitava o reembarque com os cilindros stage após os mergulhos. Apesar de funcional, a embarcação apresentava limitações de espaço. Com 17 mergulhadores e 4 membros da tripulação a bordo, apenas 13 colchões estavam disponíveis. Isso exigiu um sistema de rodízio e forçou alguns participantes a improvisar, utilizando sacos de dormir no deck ou em áreas comuns do barco.

Fig. 12

A funcionalidade do Ol’ Salty II refletia com precisão a essência do mergulho técnico: um ambiente prático e eficiente, sem espaço para luxos supérfluos. Com os cilindros e equipamentos organizados e embarcados, a equipe estava preparada para encarar os desafios do Andrea Doria [Fig. 13]. Na noite anterior à partida, o Capitão Nick Caruso realizou um briefing detalhado com os 17 mergulhadores e 4 membros da tripulação. Ele destacou as dificuldades inerentes ao naufrágio, como as fortes correntes, a visibilidade limitada e as histórias de tragédias anteriores, reforçando a seriedade da missão. Além disso, explicou os procedimentos de emergência, ressaltando que qualquer incidente demandaria ação imediata, com o helicóptero da Guarda Costeira em prontidão para apoio. Ao encerrar, o Capitão enfatizou seu compromisso de retornar à marina com todos os 21 tripulantes em segurança, sublinhando a importância da disciplina, da cooperação e do respeito aos protocolos durante os três dias de operações.

Fig. 13

A viagem até o naufrágio durou aproximadamente 10 horas, e, ao chegar, as condições no local confirmaram as expectativas: correntes intensas e a água gelada, com temperatura da superfície em torno de 7°C. O Capitão Sharky, acompanhado por outro membro da tripulação, realizou a descida inicial para fixar o cabo de âncora ao naufrágio. Após cerca de uma hora submersos, os mergulhadores retornaram e realizaram um briefing sobre as condições do local. Relataram que o cabo de âncora havia sido fixado ao naufrágio Andrea Doria a uma profundidade de 62 metros. Informaram, ainda, que a temperatura da água naquela região era de aproximadamente 4°C, enquanto a visibilidade estava limitada a cerca de 5 metros.

O procedimento de entrada na água e descida ao naufrágio era realizado em etapas sequenciais bem definidas. Os mergulhadores iniciavam pela popa do Ol’ Salty II, onde um cabo flutuante era disponibilizado como apoio em caso de correnteza. Se necessário, esse cabo poderia servir como apoio para que a tripulação a bordo ajudasse o mergulhador deslocado pela corrente a retornar com segurança a um ponto de ancoragem. Em condições normais, após a entrada, o mergulhador deveria seguir até um cabo a 5 metros de profundidade, ligando a popa ao cabo de descida principal na proa. Esse cabo principal, fixado diretamente ao naufrágio, funcionava como uma referência segura até o ponto de ancoragem no Andrea Doria. Essa configuração oferecia um percurso estruturado e confiável, mesmo sob condições desafiadoras.

O primeiro mergulho foi planejado como um teste de aclimatação, com tempo de fundo de 20 minutos e runtime de 70 minutos. O plano previa a entrada individual de cada membro da equipe, com o encontro programado para ocorrer aos 10 metros de profundidade, já no cabo definitivo de descida, para a realização do teste de bolhas. No entanto, um imprevisto surgiu logo no início. Eu e o Marcelo seguimos à frente e, após superar a correnteza, nos encontramos no cabo de descida conforme o planejado. O Marco, entretanto, foi apanhado pela forte correnteza do dia, estimada em 4 nós, logo após o “passo do gigante” e antes de alcançar o cabo aos 5 metros. A correnteza dificultou sua progressão e acabou separando-o do grupo, arrastando-o em direção ao fundo. Demonstrando calma e técnica apurada, Marco localizou o cabo de âncora de uma embarcação vizinha, o Tenacious, conseguiu completar sua descompressão de forma independente e retornou em segurança. O episódio reforçou a importância do treinamento em contingências e da resiliência psicológica para enfrentar situações críticas. De volta ao barco, a equipe revisou seus planos para o dia seguinte, incorporando as lições aprendidas.

No segundo dia de mergulhos, as condições mostraram-se mais favoráveis, possibilitando uma reorganização do planejamento após os acontecimentos do dia anterior. Como os gases do primeiro dia não foram utilizados por mim e pelo Marcelo devido ao incidente com o Marco, que consumiu todo o gás disponível no dia anterior, decidimos realizar dois mergulhos no segundo dia. O primeiro seria realizado apenas por nós dois, enquanto o segundo incluiria o Time Brasil completo.

Iniciamos a preparação para o primeiro mergulho do dia logo cedo e, com todos os equipamentos organizados, seguimos para o cabo de popa em torno de 6 horas da manhã. A corrente na superfície era leve, e logo estávamos no costado de bombordo do Andrea Doria. A partir desse ponto, fixamos um estrobo e abrimos a carretilha, navegando em direção à proa. Durante essa exploração inicial, permanecemos na área entre o costado e o deck superior, utilizando essa referência para facilitar o retorno ao cabo de âncora. Após 20 minutos de fundo a 65 metros, iniciamos a subida e o procedimento de descompressão. Apesar de correntes e ondulações moderadas durante a deco, o uso do john line garantiu estabilidade e segurança.

Com o primeiro mergulho concluído, foi necessário um intervalo de descanso e hidratação. Durante esse tempo, as filmagens realizadas foram analisadas para definir os pontos de maior interesse para o segundo mergulho. Às 15h, com condições favoráveis e correntes superficiais reduzidas, o Capitão Nick autorizou a entrada na água. Desta vez, o Time Brasil estava completo, com Marco de volta ao grupo [Fig. 14].

Fig. 14

No segundo mergulho deste segundo dia, repetimos o percurso até o cabo de âncora, chegando novamente ao costado do Andrea Doria em poucos minutos. Após fixar o estrobo e abrir a carretilha, a equipe se dirigiu aos corredores das cabines da segunda classe, localizados a partir de uma fenda na estrutura do naufrágio. O grupo observou janelas e portas que permaneciam em relativa preservação, além de muitas bolhas de óleo que até os dias de hoje continuam sendo liberadas pela embarcação. Essa característica do Andrea Doria, com óleo emergindo ao longo dos anos, reforça a peculiaridade do naufrágio.

Ao retornar ao barco, foi necessário higienizar completamente o meu traje seco, que foi atingido por uma esteira de bolhas de óleo desprendido do naufrágio e ficou completamente impregnado. O incidente gerou comentários descontraídos entre os mergulhadores do Ol’ Salty II e resultou no apelido de “Cel. Slick”. Assim encerramos a jornada de imersões daquele dia, reforçando a importância do trabalho em equipe e da execução precisa do planejamento em operações técnicas.

Na noite do segundo dia, foi realizada uma celebração com a distribuição de camisas comemorativas do 60º aniversário do naufrágio. Durante o planejamento do último mergulho, Bart Malone, um mergulhador veterano com 181 descidas no Andrea Doria, participou da discussão e forneceu informações detalhadas sobre a arquitetura interna do naufrágio, destacando os riscos associados aos colapsos estruturais. A noite ainda contou com um evento inesperado: a aparição de um tubarão azul à boreste do barco, que despertou curiosidade e trouxe um momento de emoção para todos a bordo.

O terceiro e último dia de mergulho foi dedicado à exploração mais aprofundada de um corredor identificado no dia anterior. As condições no fundo incluíam correntes fortes, em cerca de 5 nós, exigindo o uso constante de carretilhas para manutenção da orientação. O corredor revelou-se uma das áreas mais bem preservadas do naufrágio, com portas e passagens que rapidamente se perdiam na turva linha de visibilidade que tínhamos [Fig. 15].

Fig. 15 (abertura das cabines da segunda classe, no deck superior)

Após o retorno ao barco, a equipe desmontou os equipamentos e comemorou o sucesso das operações [Fig. 16]. Todos os participantes da expedição foram convidados a assinar a Bandeira Brasileira como forma de marcar o momento. Em seguida, houve um debriefing da operação, durante o qual foi realizado um minuto de silêncio em homenagem ao tripulante do barco John Jack, que faleceu no naufrágio durante uma expedição há alguns anos.

Fig.16

Com o término das atividades, a embarcação iniciou a longa viagem de retorno para Montauk [Fig. 17]. O mar apresentava condições favoráveis à navegação, com velocidade média de 10 nós. Para passar o tempo durante a viagem, a tripulação organizou uma atividade recreativa com uma espingarda calibre 12, cartuchos e um lançador de pratos, proporcionando momentos de grande descontração a bordo.

Fig. 17

A chegada à marina ocorreu por volta das 20h, seguida pelo descarregamento dos equipamentos, tarefa que se estendeu até as 22h. Após finalizar a faina, a equipe colocou os equipamentos na caminhonete e partiu em direção a Nova Jersey. A viagem se estendeu até aproximadamente 2h30 da manhã, quando chegamos ao píer onde o Gypsy Blood estava atracado. Essa embarcação seria utilizada para o próximo e último objetivo: o mergulho no U-869 [Fig. 18], que havia sido planejado durante os treinamentos do ano anterior, mas não pôde ser realizado devido às condições meteorológicas adversas.

Fig.18

Esse submarino alemão da Segunda Guerra Mundial foi descoberto em 1991 e ficou famoso após ser amplamente documentado no livro Shadow Divers. A embarcação repousa a cerca de 65 metros de profundidade, com condições que incluem baixa temperatura da água, correntes moderadas e visibilidade variável, exigindo um planejamento técnico detalhado.

No dia seguinte, aproveitamos a folga para lavar, verificar e reorganizar os equipamentos, garantindo que todos os sistemas estivessem em boas condições para o mergulho no U-869. Por volta das 14h, os novos cilindros chegaram à marina, incluindo duplas de aço de 15 litros com trimix 17/40 e cilindros stage S80, preparados com nitrox 32% e oxigênio 80% para descompressão. Após a análise dos gases e a verificação da compatibilidade com os computadores de mergulho, foi estabelecido o perfil da operação: 25 minutos de fundo a 65 metros, runtime de 90 minutos e gradiente fator ajustado para 30/75, adequando-se às condições esperadas.

A navegação até o local do U-869 começou às 3h da manhã, com previsão de quatro horas de viagem em condições favoráveis de mar, velocidade média de 18 a 20 nós e pouco vento. O submarino foi localizado utilizando garatéias, e o Capitão Sharky desceu primeiro para fixar o cabo de âncora à estrutura do U-boat. Ao retornar, Sharky relatou que as condições no local estavam ideais: correntes leves, visibilidade entre 7 e 10 metros, e temperatura da água em torno de 5°C no fundo. Realmente, a superfície absolutamente lisa da água denunciava uma condição privilegiada com relação à correnteza e à agitação das águas.

Os primeiros mergulhadores entraram na água, seguidos pelo Time Brasil. Durante a descida, procedemos como de costume, fixando estrobo no cabo de âncora e utilizando carretilhas para navegar com segurança ao longo do submarino. A exploração começou no costado de boreste e seguiu em direção ao convés, onde foi pode ser observada a torre de comando, parcialmente desmantelada, e os suportes da metralhadora antiaérea, que ainda permanecem no local, apesar dos danos causados pelo tempo e pela corrosão [Fig. 19]. Esses detalhes coincidem com as descrições históricas e imagens presentes em Shadow Divers, tornando a experiência ainda mais significativa.

Fig. 19

Após 25 minutos de exploração no fundo, iniciamos a subida pelo cabo de âncora, seguindo os perfis de descompressão planejados. Durante a descompressão, não foram registradas correntes significativas, o que proporcionou uma ascensão tranquila. Nos 20 metros de profundidade, a temperatura da água começou a subir, alcançando cerca de 15°C, o que contribuiu para o conforto da equipe nos minutos finais da operação [Fig. 20].

Fig. 20

Ao final do mergulho, os integrantes do Time Brasil retornaram ao Gypsy Blood, onde desmontaram e armazenaram os equipamentos. O mergulho marcou o fechamento de uma operação técnica complexa, celebrando o êxito de anos de planejamento, treino rigoroso e execução disciplinada [Fig. 21].

Fig. 21

Conclusão

A expedição ao Andrea Doria foi o resultado de dois anos de planejamento detalhado e treinamento intensivo, envolvendo mais de 70 mergulhos técnicos em diferentes localidades do Brasil. A preparação física, procedimental e psicológica foi fundamental para enfrentar as condições extremas do naufrágio, bem como para executar tarefas críticas, como a análise precisa dos gases e o manejo de uma grande quantidade de equipamentos, cuja logística e transporte exigiram esforço e coordenação significativos. Os custos logísticos, que ultrapassaram US$ 28.000, cobriram despesas com transporte, gases, manutenção de equipamentos, treinamento e o aluguel de embarcações especializadas, como o Ol’ Salty II.

A jornada ao Andrea Doria demonstrou a importância de uma preparação meticulosa e de um treinamento focado em contingências e segurança operacional. A experiência pessoal de cada membro da equipe reforçou o valor do trabalho em equipe, da disciplina e da atenção aos detalhes técnicos. O sucesso da expedição foi resultado de um planejamento que contemplou não apenas o mergulho em si, mas também todos os elementos logísticos e operacionais que sustentaram a missão. Além de representar uma realização técnica, a expedição ofereceu aprendizados expressivos sobre a necessidade de resiliência e a importância de respeitar as limitações impostas pelo ambiente subaquático.

Por fim, este trabalho não poderia ser concluído sem o reconhecimento devido aos profissionais e amigos que contribuíram direta ou indiretamente para a viabilização das fases de treinamento, planejamento e discussões técnicas. Em especial, nossa gratidão vai para John Chatterton, mergulhador técnico norte-americano de projeção internacional, amplamente reconhecido por sua trajetória em explorações de naufrágios de alto risco, autor do livro “Shadow Divers” — obra de referência mundial que relata investigações técnicas em naufrágios na costa leste dos Estados Unidos; ao Capitão Dan Crowell, experiente operador marítimo, líder de expedições técnicas ao naufrágio do Andrea Doria e profundo conhecedor das particularidades operacionais daquele ambiente extremo; ao Capitão Sharky, profissional com vasta experiência em condução de operações subaquáticas complexas e também operador consagrado em mergulhos técnicos no Andrea Doria; a Stavros Silva, Course Director PADI e experiente mergulhador técnico; a Gaba, referência nacional no desenvolvimento do mergulho técnico e com rebreather no Brasil, com atuação destacada na formação de mergulhadores de alto desempenho; a Miltinho, Course Director PADI e instrutor técnico com ampla experiência em condução de operações em ambientes restritos; a Paulo Lopes, especialista em mergulho técnico e instrutor com relevante histórico em mergulhos de naufrágio no Brasil e no exterior; a Queiroz, instrutor, operador de embarcação e profissional de suporte logístico em mergulhos avançados; e a Ivan, Course Director PADI e instrutor técnico, parceiro de treinamentos e participante ativo nas atividades práticas voltadas à segurança operacional em profundidade. A todos estes profissionais fica registrada a sincera gratidão do Time Brasil pela colaboração, pelo compartilhamento de experiências e pela contribuição concreta para a formação técnica e metodológica que possibilitou a realização desta missão.

Certificações:

CMAS Instructor #M3/22/0002
PADI Specialty Diver – Advanced UW Digital Photographer

Warner Versiane

Natural do Rio de Janeiro, Warner descobriu sua paixão pelo mergulho em 2000, durante uma viagem à Ilha Grande/RJ, onde realizou seu primeiro mergulho recreativo. Encantado pela experiência, buscou imediatamente se capacitar no esporte, concluindo o curso Open Water no mesmo ano. Nos anos seguintes, aprofundou seus conhecimentos e habilidades ao realizar cursos avançados, consolidando sua paixão pelo mundo subaquático.

A dedicação à prática recreativa foi o alicerce para sua transição ao mergulho profissional. Em 2010, tornou-se Dive Master e, em 2018, instrutor pela CMAS (Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas). Atualmente, Warner integra a equipe do Grupo de Mergulho Estácio de Sá (GMES), onde encontra sua maior realização ao ensinar novos mergulhadores. Sua metodologia reflete o compromisso com a segurança e o respeito ao ambiente subaquático, enfatizando o planejamento e a superação pessoal como pilares para o sucesso no mergulho.

Certificações:

CMAS Instructor #M3/22/0001
PADI Specialty Diver – Advanced UW Digital Photographer

Victor Saldanha Guimarães

Natural do Rio de Janeiro, Victor iniciou sua trajetória no mergulho em 2012, após uma experiência de snorkeling em Ilha Grande/RJ que despertou sua paixão pelo universo subaquático. Motivado por essa vivência, concluiu o curso Open Water em março de 2013 e, logo depois, uniu-se ao GMES, onde realizou o curso Advanced Open Water em maio do mesmo ano. Os anos seguintes foram marcados por intensa dedicação à prática recreativa, que o inspirou a buscar novos desafios e alcançar o nível profissional como Dive Master em 2017.

Sua jornada profissional no mergulho consolidou-se em 2021, quando se tornou instrutor pela CMAS (Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas). Atualmente, Victor atua como instrutor do Grupo de Mergulho Estácio de Sá (GMES), onde incorpora os valores da escola e encontra realização ao conduzir cursos de iniciação, como o Open Water. Alinhado com a metodologia de seu mentor, enfatiza a superação pessoal e a segurança, acreditando que o risco deve ser gerido com planejamento detalhado e respeito ao ambiente subaquático.

Certificações:

Diver Medic Technician – IMCA Certified
ROV Pilot – UNDERWATER Training & Competence Solutions
Certificação ABENDI SM-PE-N2-G – SNQC-31954
Mergulho Profissional Raso – SENAI/RJ
Suporte Básico à Vida para Mergulhadores – SENAI/RJ
Inspeções END e técnicas avançadas de medição por espessura e potencial eletroquímico.

 

Ezequias Pereira Silva

Natural do Pará, Ezequias iniciou sua carreira profissional no Exército Brasileiro, onde atuou como Cabo entre 2007 e 2015, acumulando experiência em disciplina, organização e operações de alta responsabilidade. Em 2014, ingressou no mergulho profissional, especializando-se em inspeções submarinas e ensaios não destrutivos (END), consolidando sua trajetória em engenharia subaquática e suporte técnico offshore.

Atualmente, Ezequias é Mergulhador Profissional pela Oceânica Engenharia e Consultoria S.A., onde desempenha atividades em operações offshore, incluindo inspeções de FPSOs (Floating Production Storage and Offloading), pull-in/pullout e manutenção de estruturas submersas. Com certificações em ROV (Remotely Operated Vehicle), técnicas de ensaio por potencial eletroquímico e medição por espessura, além de formação como Diver Medic Technician (IMCA Certified), ele se destaca por sua precisão técnica e compromisso com a segurança subaquática.

Marco Antônio Soares de Souza

Nascido em Niterói (RJ), é instrutor de mergulho autônomo três estrelas pela CMAS, com mais de 20 anos de experiência na área.
Além de sua qualificação como instrutor, possui certificações técnicas em NITROX, Rescue Diver pela PADI e Mergulho em Cavernas pela IANTD, destacando sua versatilidade e dedicação às especializações no mergulho autônomo.
Com uma vasta experiência em mergulhos realizados no Brasil e ao redor do mundo, formou inúmeros mergulhadores, sempre priorizando a segurança, o respeito aos protocolos e a preservação do ambiente aquático como pilares fundamentais e indissociáveis do processo de formação.
Sua paixão pelo mergulho é inspiradora e reflete-se no compromisso contínuo com a formação de mergulhadores conscientes e preparados.

CMAS Special Instructor #M3/21/0006
TDI Cave # 224550


CMAS Instructor #M3/21/0005
PADI Tec Trimix /DSAT /Public Safe Diver Instructor #297219
SSI Specialty Instructor #54379
HSA Instructor #1-3098
IANTD CCR Megalodon #114922
DAN Instructor #14249
TDI Full Cave #835611

Luiz Cláudio da Silva Ferreira

Nascido no Rio de Janeiro, iniciou sua trajetória no mergulho ainda como cadete da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), onde se formou oficial do Exército pela Turma de 1991. Sua jornada profissional no mergulho consolidou-se a partir de 2008, como instrutor pela PADI (Professional Association of Diving Instructors), SSI (Scuba Schools International) e CMAS (Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas). Desde então, acumulou qualificações técnicas, incluindo certificações como instrutor de mergulho adaptado pela Handicapped Scuba Association (HSA), mergulho de segurança pública, especialista em rebreather Megalodon e mergulho em cavernas pela IANTD, entre outras.
Fundador do Grupo de Mergulho Estácio de Sá (GMES), encontra sua principal realização nos curos de iniciação (Open Water), enfatizando a superação pessoal e a segurança. Para ele, o risco deve ser gerido com planejamento meticuloso e respeito ao ambiente subaquático, marcas de sua metodologia.